sábado, 24 de agosto de 2013

O que eu vi no XI Congresso de Amor-Exigente - Maceió
1ª Palestra - Quando Muda o Jeito de Olhar - Pe. Domingos Cunha

         A definição do tema do Congresso "Amor-Exigente: um caminho com qualidade de vida", já demonstrava que as palestras teriam um rumo que poderia deixar qualquer participante nutrido de informações que verdadeiramente colocam o programa como um diferencial na busca de qualidade de vida.
         É preciso entender que o programa não busca apenas solucionar o problema das drogas. Seria reduzir demais o alcance que o programa propõe para aqueles que nos procuram.
         Um caminho com qualidade de vida transforma o programa do Amor-Exigente numa proposta abrangente de mudança de comportamento.
         E a primeira palestra proferida pelo Padre Domingos Cunha "Quando muda o jeito de olhar", trouxe-nos realmente uma nova forma de olhar os usuários de drogas.
         A busca pelas drogas seria a busca em preencher um vazio que foi abrindo-se aos poucos e com o tempo tornou-se muito grande para suportar tanta tristeza.
         Na tentativa da busca de algo que consiga preencher o vazio que as coisas materiais não conseguiram preencher, a droga entra como se fosse algo que desse a segurança no preenchimento do vazio.
         Porém, onde está o problema também está a solução do problema.
         As drogas não são o problema. Elas são a causa de alguns problemas.
         Portanto é preciso entender o usuário e descobrir o que está causando o problema.
         Se focarmos apenas a droga, o problema, não vamos conseguir chegar ao ponto principal que foi o gerador na busca das drogas.
         Este vazio precisa ser preenchido de dentro para fora e não de fora para dentro.
         É preciso fazer com que a pessoa descubra as suas potencialidade e aconteça a verdadeira transformação que deve acontecer de dentro para fora.
         A espiritualidade ajuda a transcender a vida que estamos vivendo e contribui para viver uma experiência única e significativa com Deus.
         Então é possível afirmar que as drogas são um forma errônea de buscar algo novo que possa trazer um sentido para uma vida sem sentido para viver.
         O que deveria nos alimentar no caminho na busca da transcendência deveria ser a espiritualidade e não as drogas.
         Dai a grande tarefa dos coordenadores de grupos de Amor-Exigente fazer com que os pais, familiares e o dependente consigam visualizar além das drogas as qualidades de cada um e as potencialidades que vão resurgindo na mudança de comportamento.
         Quando eu mudo o meu jeito olhar para mim mesmo, o mundo também muda o seu jeito de ser.
         Quando as pessoas mudam o seu jeito de olhar para o dependente, não o vendo apenas como um usuário de drogas, abre-se a oportunidade de ver alguém que está buscando compreender-se e preencher um vazio de forma errada.
         Assim, o tema do XI Congresso de Amor-Exigente - "Amor-Exigente Um caminho com qualidade de vida", faz com que mudemos o nosso jeito de olhar.

Sérgio Carlos de Oliveira
Coordenador Regional em SC

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Raízes Culturais: tudo a ver com a minha história, com a sua história


Raízes Culturais: tudo a ver com a minha história, com a sua história
e a história de cada um de nós! 

“Me conta a sua história fala dos seus amores e dos seus desenganos
conta pra mim seus desejos o sonho escondido que não realizou”
Me  Conta a Sua História - Musica de Roberto Carlos

           

            Quando estava pensando em escrever o texto sobre Raízes Culturais e a relação que este princípio tem com a história de cada pessoa, lembrei de uma musica do Roberto Carlos cujo nome é “Me conta a Sua História”.
            Cada um de nós tem uma história para contar sobre a sua vida, que envolve o seu passado, o seu presente e a sua expectativa sobre o futuro. E esta história é única e jamais se repetira.
             Então, quando nos referimos as Raízes Culturais estamos nos referindo à nossa própria história.
            Toda história tem um começo, um inicio e, para que esse começo não seja esquecido, é necessário que esta história seja resgatada e preservada na nossa memória, para que possamos, a partir dessa base, assimilar as mudanças do presente e as que ocorrerão no futuro.
            E ai, cada vez mais eu percebo que para entendermos o presente devemos conhecer o passado e que talvez seja impossível compreendermos as transformações, o desenvolvimento, as mutações que ocorreram na nossa vida se não conhecemos o ponto de partida.
            Em se tratando de Raízes Culturais, conforme já destaquei em outro texto sobre este principio, dois fatores são de fundamental importância para a compreensão da necessidade de se manter viva as nossas Raízes Culturais: a identidade e a memória.
            E assim como na música do Roberto Carlos, que fala dos nossos amores, desenganos, tristezas e sonhos, que nos identificam e fazem parte da nossa história, o que vai formar a identidade de uma pessoa, serão suas atitudes e costumes que o distingui entre os demais indivíduos e que o levará ser reconhecido dentro de uma determinada sociedade.
            O conhecimento da nossa identidade e o que nos diferencia em relação aos outros, quando falamos de comportamento e atitude, naturalmente vai sendo construída a partir de indagações sobre "quem sou eu”.
            Ao fazer esta pergunta vamos nos conhecendo e entendendo as mudanças pelas quais fomos passando. E esse entendimento a de vir do conhecimento das nossas Raízes Culturais.
            Daí a grande importância de saber como foi o inicio: nossos pais, avós, bisavós e como as transformações foram ocorrendo e quais foram às etapas dessa evolução ou transformação.
            Faz parte do desenvolvimento humano a necessidade de se conhecer, desvendar a vida para saber que é e qual o seu papel na vida e na sociedade.
            Até porque, muitos de nossos comportamentos e atitudes podem ser explicados pelas nossas raízes.
            E onde entra a memória em Raízes Culturais?
            O suporte fundamental da identidade é a memória, E a construção da memória, por sua vez, está diretamente relacionada ao sentimento de identidade.
            A memória é o que sustenta a identidade de um individuo, pois é ela que guarda todas as informações pessoais, sociais e coletivas relacionados à suas Raízes Culturais.
            Então é possível afirmar que, sem memória não há identidade. E que, portanto, identidade e memória estão essencialmente ligadas, um depende do outro para a continuação e evolução.
            E a memória das nossas Raízes Culturais precisa ser alimentada para não se perder com o passar dos anos alterando significativamente a nossa identidade.
            A consequência mais grave de não ter consciência das nossas Raízes Culturais talvez seja a facilidade com que as perdemos.
            Muitas situações do mundo atual, especialmente as transformações avassaladoras que vão se sucedendo, mudam substancialmente o modo de vida e o comportamento das pessoas comprometendo as suas Raízes Culturais.
            O que acontece quando as raízes são cortadas? A pessoa se desorienta e perde a razão de viver.
            Como alimentar a memória das nossas Raízes Culturais?  
            Em dezembro falando sobre o nosso 12º Principio na Rádio Cultura AM 1.110, apresentei uma dica de trocar os enfeites tradicionais de uma arvore de Natal por fotos dos nossos familiares numa reunião familiar. E, conforme as fotos fossem colocadas, fosse contada a história de quem estivesse na foto.
            Esta celebração das nossas Raízes Culturais seria uma excelente oportunidade de reavivar a nossa memória e transmitir para as novas gerações, filhos e netos, quais as Raízes que contribuíram para a formação da nossa identidade.
            Outra forma de reavivar a nossa memória, seria a lembrança do aniversário dos nossos antepassados.
            Os japoneses têm uma data especial para celebração aos mortos. É o feriado do Obon, quando o povo relembra seus mortos. As pessoas visitam o túmulo da família para limpá-lo e comunicar fatos novos, como nascimentos e uniões.
            Esta celebração japonesa aos mortos, ou até mesmo de aniversário de quem ainda está fazendo parte das nossas vidas, como pais, avós e bisavós, demonstra um cuidado especial com as Raízes Culturais para que sejam sempre vivas e continuem a frutificar ainda hoje.
            Quanto mais concretas e numerosas forem as forma de reavivar a memória das nossas Raízes Culturais, mais vamos enriquecendo a trama das ligações entre o passado e o futuro que dão todo o sentido a nosso presente.
            Quem não vive as próprias Raízes Culturais não tem sentido de vida. O futuro nasce do passado, que não deve ser cultuado como mera recordação e sim ser usado para o crescimento no presente, em direção ao futuro. Nós não precisamos ser conservadores, nem devemos estar presos ao passado. Mas precisamos ser legítimos e só as Raízes Culturais nos dão legitimidade.
            Me conta a tua história que eu contarei a minha. Quanto mais eu falo de mim, mais eu me conheço.



Sérgio Carlos de Oliveira – Serginho
Coordenador Regional em Santa Catarina

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Espiritualidade de Natal


A Vida é uma viagem. O prazer desta viagem vai depender do peso da minha bagagem. 

"Minhas escolhas são minhas, não são suas ou de quem quer que seja. Quando eu carrego as consequências das minhas escolhas, elas não pesam para mim mais do que o necessário. Quando eu carrego o meu peso, ele não é tão pesado para mim. Agora, se eu carrego o teu peso ele fica muito pesado para mim, tanto quanto fica pesado para você carregar o meu”.

(desconheço o autor)


            A vida da gente pode ser comparada a uma viagem. E como toda a viagem o peso que vamos carregar na nossa bagagem, pode ser determinante para o prazer ou desprazer desta jornada que é exclusivamente pessoal.
            Normalmente quando vamos viajar levamos tantas coisas que na volta vamos concluir que, mais da metade não serviu para nada.
            Na viagem da vida, a estrada é longa e o caminho muitas vezes nos esgota, pois o peso da carga que nós nos atribuímos não é proporcional à nossa capacidade, à nossa resistência e o esgotamento aparece aos poucos.
            Vamos ultrapassando os nossos limites físicos e, principalmente, os emocionais que tanto nos angustiam provocando ansiedade e depressão. Os excessos pesam e retiram a nossa vontade de viver.
            E ai, sem nos darmos conta, transformamos para pior o ambiente em que vivemos, transferindo para aqueles que convivem conosco uma carga que não é deles e, em grande parte, também não é nossa.
            Então, chega um dia que temos que estar frente a frente com a nossa bagagem. Teremos que examiná-la, abri-la e olhar no fundo dela, mesmo que isso possa ser doloroso e desagradável.
            Por certo vamos encontrar coisas que pesam muito como as nossas decepções, vergonhas, mágoas, lamentos, lembranças ruins, vícios, traumas, rancores, tristezas, fracassos, feridas que não cicatrizaram; sentimentos de ódio, de derrota e ressentimentos;
            Se carregarmos todos estes pesos negativos por muito tempo, mais cedo ou mais tarde não seremos mais capazes de continuar a nossa viagem, pois a carga vai se tornando cada vez mais pesada impedindo-nos de apreciar a beleza do viver.
            Não se intimide. Tome uma atitude corajosa e livre-se deste peso inútil que esta ocupando uma grande parte da tua bagagem.
            E os excessos de peso que você está carregando e que não te pertencem, as cargas alheias, chegou a hora de corajosamente devolvê-las aos interessados.
            Se assim o fizeres, você estará dando a elas a oportunidade de aprender a carregar a sua própria bagagem.
            Fazendo esta limpeza emocional, você estará abrindo espaço para carregar sentimentos que o tornarão mais feliz e com vontade de viver a tua viagem.
            Ao chegarmos diante de um novo ano, onde planejamos o que queremos fazer e que queremos ser, onde traçamos novas metas e desafios, também é uma excelente oportunidade para avaliarmos o que estamos levando na nossa bagagem.
            Portanto, não tenha medo de se perguntar: será que consigo prosseguir com a minha viagem e chegar ao meu destino com uma mala tão pesada? Pense mais em você e decida. 

UM FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO!




sábado, 26 de novembro de 2011

Retaratos de Familia


Retratos de Família!

         -“Somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito.”
         Quando sou convidado para falar do programa do Amor-Exigente nos encontros organizados por escolas ou igrejas para pais, invariavelmente tenho começado com a frase acima.
         Noto, ao terminar a frase, um certo desconforto entre os participantes. Para os mais vividos, pais acima dos 50 anos e avós, aquele ar de confirmação. Para os pais mais novos há um misto de tristeza e apreensão.
         E continuo:
-“Antes se consideravam bons pais, aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam as suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, na medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, e, ainda que pouco, os respeitem. E são os filhos que, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas ideias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais que têm de agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado.Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e "tudo dar" a seus filhos.
         O que mudou nas relações familiares?

         Porque os pais sentem-se perdidos e não conseguem mais educar os seus filhos repassando esta tarefa para os professores?

         Será que precisamos reinventar a família?

         Será, será, será.....

         Diante de tantas dúvidas, preocupações, medos e culpas, o que precisamos mesmo e de momentos para a reflexão e analise sobre como está o nosso comportamento pessoal, familiar e profissional.

         E o programa do Amor-Exigente, nas reuniões semanais de apenas duas horas, através dos seus doze princípios, nos propõe esta reflexão e um olhar primeiro para nós mesmos, depois, para a nossa casa e para a sociedade.

         A ideia de que a paternidade nos transforma em super-heróis é totalmente falsa, uma vez que nos coloca numa situação em que precisamos extrapolar os nossos limites físicos, financeiros e, principalmente, emocionais.

         Aos poucos vamos perdendo a noção de que pais também são gente e que temos os nossos sonhos e desejos e que não podemos viver apenas para a satisfação dos sonhos e desejos dos nossos filhos.

         Porém é preciso que tenhamos um olhar mais atento e cuidadoso para a nossa casa, nossa família e nossos filhos.

         Muito do que os filhos serão no futuro, está diretamente ligada à forma como foram educados dentro do lar e o quanto este lar foi verdadeiramente uma família.

         É preciso ter em mente que falar em educação é falar de limites, assim como, falar de família é falar de afeto.

         Limites não tem nada a ver com imposição de castigo ou punição. E isto é importante deixar bem claro.

         O castigo está diretamente ligado à paciência e humor de quem esteja querendo aplicar o “corretivo”. Sendo assim, a forma como será aplicada esta “correção” é muito relativo. Portanto, tende muito mais a deseducar a criança.

         O que é ruim pode piorar. Ao aplicar o castigo e ver que “passou da conta”, normalmente bate um arrependimento e um sentimento de culpa, fazendo com que haja o desejo de se redimir. Ai vai haver uma condescendência justamente naquilo que se pretendia corrigir.      

         E ao olharmos com atenção para o retrato do que tem sido a família neste momento vamos perceber que a maioria dos problemas na relação entre pais e filhos, está relacionada à disputa e conflito de poder.

         Os filhos testam a todo instante os limites dos seus pais. Ai, os pais ficam num grande dilema em saber até onde ir sem ser autoritário e até onde deixar de ir sem ser permissivo.

         Este equilíbrio buscado a todo instante, será possível a partir de exemplos vivenciados entre o casal, que servirá de alicerce na educação do filho.

         O exemplo demonstrará que as regras são para todos e não somente para o filho.

         Jamais esquecer que os defeitos dos nossos filhos são filhos dos nossos defeitos.

            E uma dica de como lidar com crianças  e que gosto muito de salientar nos bate-papos com os pais, é o que Içami Tiba escreve no seu livro “Quem Ama Educa”:
 Para o Atendimento Integral a uma criança, são cinco os passos a serem seguidos:
1) PARAR – Parar o que estiver fazendo ou pensando e dar atenção total à criança. Caso não possa parar naquele exato momento, vale colocar uma das mãos no ombro da criança enquanto diz que logo vai atendê-la. A criança deve ficar esperando ali, juntinho de você. É fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre o que a criança vai falar.

2) OUVIR – É a parte racional. Os pais devem olhar no fundo dos olhos da criança, como se a ouvissem com os olhos. A criança precisa aprender a se expressar. Não se deve tentar adivinhar o que ela quer. Quando pede alguma coisa, ela está desenvolvendo sua capacidade de pensar, de formular uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam compreendê-la.

3) OLHAR – É a parte instintiva. Tudo o que se percebe visualmente também tem de ser considerado para compreender a criança.

4) PENSAR – Todos os elementos percebidos, tanto visualmente quanto verbalmente, mais o sentido educativo que se queira imprimir na formação da criança, devem fazer farte da resposta a ser dada. Sentido educativo é o objetivo a ser atendido com a educação que está sendo dada.

5) AGIR – Essa ação ou resposta deve ser bem clara e objetiva, saciando o desejo e a necessidade da criança, e estimulando a autonomia e a autoestima.
         Gente, filhos são dádiva de Deus. Jamais serão desgraças ou problemas que atrapalham o nosso convívio familiar.

         No ultimo encontro realizado com pais, que foi uma entrega de boletins na escola, como tinha uma quantidade muito grande de filhos que os acompanhavam, resolvi fazer algo inusitado. Chamei todos os filhos à frente e falei para os pais:

-“Pai e Mãe peço que neste momento olhe para o seu filho. Lembra quando ele nasceu? Lembra quando você o tomou em seus braços pela primeira vez? Lembra quando ele começou a caminhar? Lembra da primeira vez que ele disse Mamãe e Papai? Lembra quando você o deixou no primeiro dia de escola? Você percebeu o quanto ele cresceu? Lembra quantas vezes você disse que o amava? Hoje ele veio até aqui com você Pai e Mãe. O que vocês conversaram até chegar na escola? Como será a conversa depois de pegar o boletim?. Agora para aqueles casais que aqui estão, gostaria que o Pai e Mãe dessem as mãos. Está sentido o calor da mão da sua esposa e a esposa está sentido o calor da mão do marido? Lembra quando vocês pensaram em ter um filho? Hoje ele está aqui. Olhe para ele. Veja o quanto ele é parecido com você pai e mãe.

-Agora você filho olhe para a sua Mãe e seu Pai. Ou só para a sua Mãe ou só para o seu Pai. Quanto tempo faz que você não olha para eles, ou para ele ou ela, e viu que ele ou ela mudaram? Quanto tempo faz que você não conversa com ele ou com ela? Qual foi a ultima vez que você o beijou? Quando foi a ultima vez que vocês sentaram como uma família? Quando foi a ultima vez que você pediu ajuda para eles? Quando foi a ultima vez que você disse que os amava muito?

-Agora peço a vocês filhos que voltem para perto dos seus pais e deem um abraço neles.

         Foi um momento gratificante onde a emoção tomou conta de todos e as lagrimas foram apenas a confirmação do quanto Deus nos ama e quer que sejamos uma família feliz onde o amor esteja presente e seja o alicerce para nos sustentar nas adversidades.

         Um grande abraço a todos e que a paz esteja presente em cada coração que ler este texto.

Sérgio Carlos de Oliveira – Serginho
Coordenados Regional do Amor-Exigente em Santa Catarina

        

        

           

        

        

        

 



        

        










domingo, 18 de setembro de 2011

Grupo de Apoio


Grupo de Apoio: o lugar onde você pode ser quem você realmente e sem medo de ser feliz!

            O mês de setembro para quem freqüenta as reuniões do programa do Amor-Exigente é a oportunidade de poder perceber o quanto somos infinitamente melhorados com o simples fato de poder falar e ser ouvido.

            Eu tenho dito que nas reuniões que o programa do Amor-Exigente é um espelho de duas faces. Quando eu falo de mim estou me olhando e vendo a minha realidade; o outro que me escuta se vê no que eu falo e diz:
-Engraçado, acho que você está falando da minha vida.
            É na partilha dos sentimentos, da realidade vivida, na dor dividida que vamos nos dar as mãos e perceber que não estamos mais sozinhos.
            E ao partilhar, as pessoas não pedem nada, apenas que sejam ouvidas com empatia e com o coração. 
            Ao abrir o coração estamos dando o que de mais de precioso temos em nossas vidas, onde a dor tem tomado conta, a nossa própria vida.
            Então é preciso que eu seja acolhido com ternura. Preciso perceber que você se importa comigo.
            E quando percebemos que podemos ser quem verdadeiramente somos sem medo e vergonha do que estamos passando, sem culpa e ressentimentos, então vamos compreender que podemos ser felizes apesar das dificuldades.
            E o mais incrível é que as diferenças de cada um que chega ao grupo aos poucos vão tornando-se semelhanças que transformarão a vida de cada um percebendo que a sua realidade, também é a realidade de outras pessoas.
            Portanto é preciso que demos as mãos, que unamos os nossos corações. Sozinhos estamos perdidos, em grupo somos fortalecidos.
            Assim, neste mês eu vou levar um coração. Sim, vou levar uma almofada que é um coração vermelho. Pretendo falar sobre a importância de entendermos que somos dádivas e não desgraças.
            Pretendo mostrar o quanto descobrimos de nós mesmos na partilha com o outro.
            E para encerrar quero compartilhar uma mensagem que está no livro “Arrancar Máscaras! Abandonar Papéis”:
            As pessoas são dádivas
As pessoas são dádivas de Deus para mim.

Já vêm embrulhadas, algumas lindamente e outras de modo menos atraente.
Algumas foram danificadas no correio; outras chegam por “entrega especial”.
Algumas estão desamarradas, outras hermeticamente fechadas. Mas o invólucro não é a dádiva e essa é uma importante descoberta. É tão fácil cometer um erro a esse respeito, julgar o conteúdo pela aparência.

Às vezes a dádiva é aberta com facilidade; às vezes é preciso a ajuda de outros. Talvez porque já tenham sido magoados antes e não queiram ser magoados de novo. Pode ser que agora se sintam mais como “coisas” do que como pessoas “humanas”.

Sou uma pessoa: como todas as outras, também sou uma dádiva. Deus encheu-me de uma bondade que é só minha. E, contudo, às vezes tenho medo de olhar para dentro do meu invólucro. Talvez eu tenha medo de me desapontar. Talvez eu não confie no meu próprio conteúdo. Ou pode ser que eu nunca tenha realmente aceite a dádiva que sou.

Todo o encontro e partilha de pessoas é uma troca de dádivas. A minha dádiva sou eu; a tua és tu.

Somos dádivas um para o outro.
 

            Um grande e fraterno mês.

            Sergio Carlos de Oliveira – Serginho

            Coordenador Regional do Programa do Amor-Exigente em SC

sábado, 6 de agosto de 2011

A Crise e o Pênalti!


“Decisão do campeonato Acreano entre o time do Floresta e o Galvez. O empate em gols dá o titulo ao Floresta. Somente a vitória serve para o Galvez. O jogo está 1x1. Aos 44 minutos do segundo tempo, com a torcida do Floresta já cantando:

-Éeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee campeeeeeeeeeeeeeeeeeãoooooooooooooo..........Tá chegando a horaaaaaaaaaaaaaaa..........

            Porém, faltando um minuto para o encerramento do jogo o narrador aos gritos berra:

-É pênalti a favor do Galvez. Se fizer sagra-se campeão de 2011.

            Há uma comoção do lado dos torcedores do Floresta que não acreditam no que está acontecendo, contrastando com o grito de euforia dos torcedores do Galvez que não acreditavam mais nem em milagre:

-Galvez, Galvez, Galvez................

                        O técnico grita:

-Vai Teobaldo.

            O batedor oficial de pênaltis do Galvez tinha sido substituído ao 30 minutos do segundo tempo porque não estava jogando bem e o Teobaldo entrou no seu lugar. Pelo seu semblante a vontade era de dizer que não estava em condições de bater o pênalti que iria decidir a vida do Galvez no campeonato.

            A torcida grita:

-Teobaldo, Teobaldo, Teobaldo...

            Um frio correu pela “espinha” do Teobaldo e a vontade foi de simular uma lesão e sair carregado na maca.

            O narrador do jogo já quase rouco de tanto gritar        não conseguindo esconder a sua preferência berra:

-Pelo amor de Deus o Teobaldo vai bater o pênalti. Ele ainda está frio. O técnico deve esta louco.

            Realmente o Teobaldo estava frio. Aliás, gelado. Tremia da cabeça as pés de nervoso.

            O juiz coloca a bola na marca do cal e lá vai o Teobaldo que pega a bola e dá um beijo nela antes de se posicionar para bater. Lembra que hoje não tinha beijado a esposa e os dois filhos quando saiu de casa. E o beijo na bola parecia o beijo que não tinha dado na sua família.

            Teobaldo toma distância ao mesmo tempo em que passa um filme na usa cabeça. Se errar pode ser linchado pelos torcedores. Se errar vai ter que mudar de cidade e de time. O seu contrato vence no final do mês e por certo se errar não vai ser renovado. As traves do gol parecem que diminuíram de distancia e o gol ficou bem menor.

            Enquanto a torcida grita:

-Teobaldo, Teobaldo, Teobaldo..

            O torcedor do Floresta grita o apelido do seu goleiro:

-Urubu, Urubu, Urubu.......

            Teobaldo na sua angústia pensa:

-Este desgraçado ainda se chama Urubu. Esta ave agourenta. Bem que poderia ser “pombinha”.

            O juiz apita e um silêncio mortal toma conta do estádio. Lá vai Teobaldo caminhado em direção da bola. O narrador já quase perdendo a voz grita:

-Lá vai Teobaldo. Bate e..............................................
          

            O 8º principio do Amor-Exigente, Crise, sempre nos coloca numa situação de desconforto, uma vez que sugere uma situação ruim e a quebra do equilíbrio e da harmonia, gerando momentos de grandes incertezas e muita tensão.

            Não gostamos de crise e por certo ninguém gosta de passar por uma. Mas às vezes ela é inevitável. E quando ela surge precisamos enfrentá-la e tomar atitudes e não colocar as “sujeiras” problemas embaixo do tapete da nossa vida.

            Na crise é o momento que precisamos fazer escolhas sem esperar que surja o momento adequado para começar a agir. O normal é protelar e, quem sabe, esperar que a crise passe e tudo volte a ser como era antes.

            Toda tomada de atitude gera uma crise. E por isto que vamos empurrando com a barriga uma situação mesmo que ela já não nos traga mais felicidade. Porém, nos acostumamos com a dor e vamos ficando viciados em sofrer. Nos apegamos a comportamentos que comprovadamente não estão produzindo nenhuma mudança.

            Não gostamos de crise basicamente por dois grandes motivos: os outros é que sempre geraram crises e nós sofremos as conseqüências destas crises e, normalmente, só conseguimos ver o lado ruim das crises.

            Ao darmos uma importância demasiadamente grande para os riscos, inevitavelmente, vai gerar uma insegurança e medo que podem paralisar a pessoa, a ponto de não conseguir perceber as oportunidades de mudanças positivas que também são inerentes a todas as crises.

            Crise exige de nós uma mudança de conceitos e envolve sacrifícios e, muitas vezes, perdas. Não existe mudança sem dor.

            Vamos perceber que na crise tudo tem o seu custo e tudo gera conseqüências.

            A diferença é que quando nos tomamos as atitudes e geramos crises, somos nós é que vamos administrar a crise.

            Quando uma crise acontece em nossas vidas do tipo:

-Querido precisamos discutir a nossa relação.

            Então a crise vem nos mostrar que algo não está bem na nossa relação e que, por isto, precisamos refletir sobre as nossas decisões e enfrentarmos as nossas fragilidades.

            Ao focarmos apenas os riscos perdemos a oportunidade de mudança, de crescimento pessoal e de dar um novo sentido para a vida.

            Precisamos ter em mente que a grande maioria das pessoas que marcaram suas épocas, que foram considerados grandes homens e mulheres, com certeza enfrentaram momentos muito difíceis e complicados em algum momento da vida. Pessoas que fazem a diferença nos dias de hoje, em sua maioria, viveram grandes crises em suas vidas.

            Quando enfrentamos as crises vislumbrando a possibilidade de mudança, a esperança será o combustível que nos fortalecerá na trajetoria de vitória.

            Crise é para ser enfrentada e superada. Seja um vencedor e não uma vítima das crises.

Criar crises é um risco? Sim... o risco de dar certo.



Há! Quanto ao Teobaldo: acertou o carrinho do pipoqueiro que estava no lado de fora do estádio.



Sugestão para trabalhar o principio do mês:

Você pode criar vários aspectos relacionados ao esporte para trabalhar o principio do mês. Eu relacionei com o futebol. Porém, o que você escolher leve para falar do principio. Eu levei uma bola e encenei o pênalti.