domingo, 27 de setembro de 2009

Cooperação: Você puxa rede na sua casa?

Você puxa rede na sua casa?

"O todo é maior que a soma das partes"


Para as pessoas que moram próximas ao litoral e principalmente onde existem colônias de pescadores, já deve ter presenciado os pescadores puxando uma rede do mar.
Em virtude do tamanho e do peso da rede é preciso que vários pescadores ajudem para que a rede possa ser puxada até a areia.
E quando esta cena acontece no verão, em plena temporada de férias, outras pessoas se juntam aos pescadores para ajudar na tarefa. Aí, você vê pessoas de todas as idades fazendo força sem que precise ser chamadas a fazer tamanho esforço.
Quando o resultado do esforço chega até a praia, todos ficam maravilhados pela quantidade de peixes e por ter contribuído para o resultado final.
E o mais interessante de tudo é que todos saem felizes por ter ajudado os pescadores, mesmo que não ganhem “nadica de nada” pelo esforço.
Oura coisa que chama a atenção é que o número de mulheres é bem menor do que o número de homens e o grande número de crianças.
Quando você olha para as cadeiras e guarda-sóis, lá estão as mães olhando atentamente os seus filhos e maridos envolvidos na tarefa de forma alegre e participativa. Eles vão ter história para contar depois das férias.
E muitas mães também devem estar pensando que para levar o lixo para fora de casa é preciso haver uma conferência familiar para ver quem pode levar o danado do lixo.
Se pedir para alguém, este alguém poderá dizer em alto e bom tom:
-Por que eu?
Logo vai ser preciso uma discussão cansativa para ver quem vai levar o lixo para a lixeira.
Aí, perdemos a noção de que viver em família é viver a cooperação e que na praia, quando ajudamos a puxar uma rede, estamos praticando a colaboração.
A cooperação está vinculada à interação, a qual requer a formação de vínculos e a reciprocidade afetiva entre os participantes. O todo é maior que a soma das partes.
No ambiente familiar, a cooperação baseia-se na aceitação de uma liderança e de uma hierarquia voltada unicamente para o bem de todos, onde cada membro da família é responsável por uma parte da tarefa. Lembram do nosso principio Pais e Filhos Não São Iguais?
A nossa família não é propaganda de margarina, ou pelo menos não deveria ser, onde uma pessoa faz tudo, no caso à mãe, e os demais aproveitam. É mãe que coloca a mesa do café, é ela que tira e ela que lava tudo. É ela que vai colocar a mesa do almoço e da janta e, provavelmente, será ela que vai lavar. É ela que vai arrumar as camas e é ela que vai lavar as roupas. Isto até pode ser um hotel 5 estrelas, agora uma família é que não é.
A cooperação baseia-se no respeito a todos os membros da família e é obtida quando se exige de cada um deles o cumprimento das tarefas indispensáveis à manutenção e ao controle da própria família.
Ao contrário da rede na praia onde a minha colaboração não está baseada necessariamente ao resultado final, até porque pode ser que não venha nenhum peixe na rede, eu apenas estou contribuindo assim como os demais que se somaram aos pescadores.
Os pescadores que vivem na colônia, na forma como estão constituídos, sabem que a cooperação é que poderá garantir o pão de cada dia.
Saindo da praia e voltando para nossa casa, o que poderá garantir uma relação harmoniosa da nossa família não é apenas a intimidade ou o viver de baixo do mesmo teto, e sim a cooperação.
No grupo familiar que não existe cooperação, certamente existe a exploração. E aqui eu preciso dar um pulinho até o nosso 12º princípio e dizer que cada vez que fazemos por uma pessoa o que ela mesmo pode fazer, roubamos dela a possibilidade de realização.
Percebam que a cooperação é a oportunidade de realização individual dentro do grupo familiar. E se eu não ensinar aos meus filhos sobre a importância da cooperação em casa, eles não vão ser cooperativos quando tiverem o seu próprio lar e estamos contribuindo para uma sociedade muito mais egoísta, onde cada pensa em si mesmo e o resto, é resto.
Precisamos estar atentos pois acostumamos a valorizar nossos filhos por desejarem estar conosco e não por desejarem cooperar conosco. E que toda e qualquer cooperação precisa estar precedida de uma recompensa como se isto fosse uma disputa.
Talvez, como dica é claro, na próxima vez que estivermos na praia e acontecer um arrastão (puxar rede de peixe) e os nossos familiares saírem correndo para ajudar, alguém registre este momento para poder mostrar o quanto estavam felizes ajudando a puxar a rede. Ou quem sabe, comprar um quadro com a cena de todos puxando uma rede. Quem sabe assim, quando for requerida a cooperação de todos em casa, possam perceber que a felicidade e a alegria do lar deve ser muito mais importante do que apenas alguns momentos numa praia num determinado verão.

Um grande e fraterno abraço amigos de caminhada.

Sérgio Carlos de Oliveira
Coordenador Regional em Santa Catarina

sábado, 29 de agosto de 2009

O Grupo de Apoio

O Grupo de Apoio

O mês de setembro é um momento especial para aqueles que freqüentam os grupos de Amor-Exigente.
Digo isto, pois é quando temos a oportunidade concreta de ouvirmos das pessoas o quanto o grupo de apoio está sendo importante em suas vidas.
Por isso é muito importante que possamos ouvir na abertura das reuniões testemunhos das pessoas que, de livre e espontânea vontade, desejem expressar a importância que o grupo tem representando em suas vidas.
E por que o grupo possui esta importância na vida das pessoas?
Se prestarmos atenção ao nosso modo de vida, notaremos que estamos passando por um processo onde as pessoas estão se isolando em virtude dos mais variados motivos que provocam este afastar-se do inter-relacionamento.
E este afastamento vai dificultando a troca de experiências e provocando o “cada um por si”. É a lei do egoísmo que volta-se contra nós mesmos, uma vez que não encontramos mais pessoas dispostas ao simples ato de ouvir. Vamos escondendo as nossas dificuldades, os nossos problemas e os nossos medos, pois as pessoas julgam muita facilidade, perdoam com grande dificuldade e raramente doam o seu tempo para ouvir.
E quanto mais a família vai tentando sozinha solucionar problemas de comportamento com os seus filhos e trabalhar com os recursos disponíveis, ela vai percebendo que estes recursos são limitados. Que o passado nem sempre nos supre com experiências que possam servir de base para o enfrentamento das dificuldades de relacionamento familiar.
Aí, vai começando um desgaste no relacionamento familiar em virtude da culpa que os pais vão sentindo por considerar que falharam na educação dos filhos. E para compensar este sentimento de culpa, muitos pais recorrem as coisas materiais como forma de tentar suprir o que acreditam não terem dado aos filhos.
E o nosso azar de pais é que não existe escola para formar pais. Praticamos com os nossos filhos o que aprendemos com os nossos pais. E quando notamos que estamos perdendo as rédeas da situação, ficamos desesperados por tudo que os nossos filhos fazem. Principalmente pelo o que eles não fazem dentro de casa.
Quando os pais encontram um grupo de Amor-Exigente e começam a freqüentar as reuniões regularmente, vão percebendo na partilha de experiências no grupo que existe uma saída e que não estão mais sozinhos. Começam a perceber a realidade de uma forma diferente e notar que não foram os fatos que mudaram, foram eles que se colocaram em relação aos fatos sob outra perspectiva.
E conforme estes pais mantêm a regularidade nas reuniões, os laços vão lentamente sendo criados e eles percebem as atitudes de respeito, de interesse e de entusiasmo que as pessoas nutrem entre elas. Que é um grupo onde as pessoas se importam com os outros de uma forma diferente. Que as pessoas refletem e discutem sobre o modo de agir de cada um, entendem as dificuldades e buscam encontrar dentro de cada um alguma luz que ainda brilhe e que possa ficar mais forte para iluminar o caminho.
E um outro ponto que não podemos esquecer e que tem sido de grande valia para as pessoas no grupo é sem dúvida alguma a pratica da espiritualidade, que deverá ser praticada em todas as reuniões. E como eu sempre digo em todas as palestras que profiro que somente as pessoas espiritualizadas conseguem ter serenidade.
O grupo vai se tornando um grande alicerce para que possamos encontrar nas dificuldades do dia-a-dia, que são imensas, prazer e alegria de poder viver. Aprendemos a não julgar, a ter tolerância e compaixão comigo mesmo e com os outros; a ter humildade para reconhecer que precisamos de ajuda sim; apreendemos também que não devemos querer que os outros pensem e ajam como nós, mas sim que encontrem a própria maneira de superar as dificuldades, pois assim é que cresceremos juntos.
Também é importante salientar que aquilo que as pessoas encontram nos grupos do Amor-Exigente, também deveria levar para as suas famílias.
O primeiro grupo de auto-ajuda deveria ser a família. Quando não encontramos na nossa família o espaço para o dialogo das nossas dificuldades, vamos procurar outro espaço para que alguém possa oferecer um tempo para que possamos desabafar.
Sempre é bom lembrar que somos um grupo de auto-ajuda e mutua-ajuda. Eu preciso me ajudar tomando atitudes e colocando-me limites e isto, inevitavelmente, também proporciona no outro o sentimento de que é possível viver em função de alguém ou ficar doente em virtude da doença do outro. E isto é proporcionar mutua-ajuda. A minha força de vontade vai encorajar o outro a tomar atitudes também. E assim vamos nos ajudando.
Eu diria que o mês de setembro é o momento das pessoas avaliarem o quanto estamos sendo eficientes nas nossas reuniões. O quanto estamos proporcionando de afeto, carinho e atenção nas reuniões.
Afinal, o que eu não encontrei na minha casa fui procurar em outra casa. Aí, eu encontrei um espaço onde as pessoas não julgam, não me perguntam de que religião eu sou, não querem saber de que partido eu sou. Apenas querem saber da minha dor e de que forma através do Amor-Exigente podem contribuir para que eu encontre um caminho alternativo, onde o sofrimento e a dor possa ser melhor trabalhado.

domingo, 23 de agosto de 2009

Crise e a Almofada.

Crise e a Almofada.
Após a Tomada de Atitude do mês de Julho, com muita coragem e determinação, vamos para o mês de Agosto e com ele a Crise.
Se na Tomada de Atitude eu fiz a relação com o pato, agora farei a relação da Crise com uma almofada, com o avestruz e uma caixa de remédio.
E desde já aconselho a levar uma almofada para as reuniões no mês de Agosto para que as pessoas gravem e façam a relação do princípio com a almofada.
E a almofada é algo que colocamos para que alguém não se machuque ao cair. Assim, tentando proteger este alguém para que não sofra com a atitude tomada, tiramos desta pessoa a oportunidade de aprender arcando com as conseqüências da atitude tomada.
E, geralmente, quando não deixamos que alguém sofra as conseqüências do seu ato, somos nós e que acabamos sofrendo por estar assumindo por alguém aquilo que ela deveria assumir. E isto amigos de caminhada é impedir que este alguém cresça com responsabilidade.
Quantas vezes ouvimos nas reuniões de Amor-Exigente pais que dizem assim:
-Eu prefiro que o meu filho use drogas dentro de casa para não correr riscos na rua e ser preso;
-Meu filho está indo mal no colégio porque os professores o perseguem;
-Hoje o meu filho chegou embriagado. Mas também ele está descobrindo a adolescência e quem ainda não tomou um porre na juventude;
É tática do avestruz. Vou fazer de conta que não está acontecendo nada, se não vou precisar Tomar uma Atitude e isto vai gerar uma crise. Já pensou se o meu filho vai embora?
O filho tem saído todas as noites e só volta no outro dia pela manhã e mesmo assim alguns pais têm medo de que o filho vá embora. Mesmo que o relacionamento familiar esteja se deteriorando em virtude do filho, os pais ficam aprisionados com o medo de tomar uma Atitude que possa gerar uma crise.
Evitar uma Crise por medo é o mesmo que ter medo de tentar viver de forma diferente. É não dar uma oportunidade para que coisas boas aconteçam em sua vida.
Provocar uma Crise é correr riscos? Claro que é. Mas também é dar-se a oportunidade de tentar algo diferente do já tentado.
Se eu não corro riscos posso estar perdendo grandes oportunidades. E quando evitamos enfrentar uma crise, estamos evitando o crescimento. E quanto mais vamos deixando o tempo passar, mais a crise vai tomando proporções que poderão ficar acima das nossas capacidades de solução.
Se pensarmos em crise como oportunidade, vamos entender que crise é a vida em movimento.
A maioria dos casais que se separaram viram na crise um ponto final do relacionamento, quando deveria ser o ponto de partida para que o casal descobrisse juntos uma forma mais adequada de viver em comunhão.
Quando percebemos a crise como uma oportunidade no relacionamento amoroso, vamos perceber que ela vem para sacudir e levantar a poeira de uma situação que precisa mudar.
A crise nos relacionamentos seja entre o casal ou entre o casal e os filhos serve de alerta para algo que pode estar querendo dizer:
-Precisamos conversar.
Este “precisamos conversar" deve ser entendido como uma oportunidade de rever papéis, ações, atitudes, emoções, carinho, dedicação, amor, afeição, valorização, cooperação, respeito mútuo e companheirismo.
A crise é essencial onde existe vida. Vida sem crise é a antítese da vida.
Quantas descobertas foram realizadas por causa de uma crise. Crise é movimento.
Só descobrimos o nosso potencial quando os obstáculos aparecem em nossa vida. Precisamos ver as crises de forma construtiva e indicadora de oportunidades.
Claro que provocar uma Crise é preciso antes de qualquer coisa haver planejamento.
Assim como em marketing, ações isoladas não têm efeito algum, também nos relacionamentos a regra tem a sua funcionalidade.
Ai entra algo que tem nome de remédio: De-Fi-For-Exe. De – defina um alvo – Fi – fixe prioridades – For – formule um plano de ação – Exe – execute o plano.
E o legal é quando você fala justamente com um remédio para as pessoas nas reuniões de AE. Pegue uma caixa de remédio e cole um papel como se o nome do remédio fosse Defiforexe. Abra a caixa e leia a “bula”. Aqui a bula é a explicação do Defiforexe.
Você que tem recebido os meus textos já percebeu que gosto muito de trabalhar com símbolos nas reuniões de AE. E eu tenho a certeza de que estes símbolos ajudam e muito na fixação da mensagem. E torna a apresentação dos nossos princípios de forma criativa.
Só para lembrar, já temos o Pote de Margarina, a Almofada, o Pato, a Camiseta do Super-Homem, a Varinha de Condão e um Manual de Celular. É bastante coisa para trabalharmos os princípios do AE.
E para terminar, ou começar uma crise, gostaria de dizer que se você ainda não teve nenhuma crise no seu relacionamento amoroso, com os seus filhos ou até mesmo no trabalho, hummmmmmmmmm acho que a sua vida anda precisando de emoção.

domingo, 16 de agosto de 2009

Crise: Tragédia ou Oportunidade?

Crise: tragédia ou oportunidade?

Pr. Sergio Dario, Th.M

A palavra “crise” sugere uma situação calamitosa, trágica, ruim, triste, desesperadora, cruel e funérea. A crise é resultado de uma ruptura do equilíbrio e harmonia, um estado de dúvidas e incertezas, fase de tensão, e que envolve perdas. Ninguém deseja passar por uma crise. A crise não é almejada, cobiçada e muito menos, esperada, mesmo quando tudo aponta para sua chegada, pois é um momento perigoso, crítico e ameaçador. Uma das preocupações fundamentais da vida humana é afastar tudo aquilo que é perigoso, crítico e ameaçador. Por isso, a crise é normalmente vista como algo totalmente ruim e prejudicial. É verdade que se deve evitar a crise, mas às vezes ela é inevitável. É verdade que a crise não deve ser almejada, mas quando ela vier deve ser enfrentada. É verdade que crise é ruim e amarga, mas pode ser boa e agradável. Crise é tragédia, mas também pode ser uma oportunidade. Nota-se então, um aparente paradoxo. A crise é uma oportunidade para rever nossos conceitos. Nos momentos críticos da vida, faz-se necessário repensar sobre a filosofia de vida, para detectar se alguma coisa precisa ser mudada ou reformulada. Muitas crises são oriundas de conceitos ultrapassados. Isto não significa que se deve abrir mão dos valores considerados essenciais e inegociáveis da vida humana, mas rever certos conceitos que foram dogmatizados mas que não são essenciais e sim formais e secundários. A crise força-nos a rever os “falsos dogmas”. Logo, a crise é uma oportunidade. A crise é uma oportunidade para ver que algo não está bem. A febre é uma alerta para o paciente de que algo não está bem no seu organismo, semelhantemente, a crise indica que algo está errado conosco e que precisamos identificá-lo para buscar uma solução. A crise chega de surpresa por que a gente nunca a espera, logo, dificilmente alguém se prepara para uma crise. Contudo, antes da explosão definitiva da crise, normalmente alguns sintomas são evidenciados mas, comumente ignorados. E quando se ignora estes sintomas a crise surge deixando-nos incapazes de ignorá-la, pois se torna extremamente evidente. Logo, a crise é uma oportunidade. A crise é uma oportunidade para refletir sobre as nossas decisões. Na vida humana, as decisões são aspectos indispensáveis e reais. Viver é decidir, e isto se torna tão comum que muitas decisões são tomadas sem avaliação e reflexão prévias. A crise surge como oportunidade para avaliarmos as nossas decisões e escolhas, lembrando-nos de que cada decisão, por menor que seja, pode trazer benefícios ou prejuízos pessoais e comunitários. No momento de crise faz-se necessário perguntar: tomei alguma decisão errada? Os prejuízos podem ser reparados? O que me levou a tomar tal decisão? Havia alternativa? Logo, a crise é uma oportunidade. 2
A crise é uma oportunidade para testar a capacidade de tomar decisões difíceis em momentos turbulentos. Em tempos de crise, decisões precisam ser tomadas e geralmente não são fáceis. Crise envolve tensão e pressão. O melhor é não decidir sozinho, mas ouvir as pessoas que estão próximas de nós, e só então, tomar uma decisão. Logo, a crise é uma oportunidade. A crise é uma oportunidade para olhar o mundo numa nova perspectiva. A crise pode trazer desânimo e perda da vontade de prosseguir, mas também pode dá-los a oportunidade para vermos a realidade numa perspectiva diferente daquela que estamos acostumados. Ela nos incita a buscar novas alternativas caso queiramos avançar. A crise nos desafia a ser criativos, buscando novas rotas para driblar os problemas, por isso, quanto mais vencemos as crises mais criativos nos tornamos. Logo, a crise é uma oportunidade. A crise é uma oportunidade para reconhecer a nossa humanidade e fragilidade. Diante das conquistas e triunfos, os seres humanos são tentados a esquecer que são frágeis mortais, sujeitos à queda e ao fracasso a qualquer momento. Somos limitados, somos pó e esquecer disto é um dos graves erros que não se pode cometer. Quando esquecemos desta verdade, a crise força-nos a reconhecer a nossa estrutura fragilizada. Logo, a crise é uma oportunidade. A crise é uma oportunidade para aprender o valor dos verdadeiros relacionamentos. Se existe um momento crucial em que se precisa de um ombro amigo é na crise. O ser humano é um ser relacional, contudo, nem sempre os vínculos são valorizados como deveriam, principalmente nas situações pacificadoras. Quando chega a crise percebemos o valor das amizades autênticas e o quanto dependemos uns dos outros. Quando ignoramos os vínculos, a crise nos faz reconhecer o valor inestimável dos relacionamentos. Logo, a crise é uma oportunidade. A crise é uma oportunidade de mudança. Mudar é doloroso e traz insegurança, mas às vezes é necessário. Temos a tendência de nos acomodar e conformar com a situação, e isto não é nada bom. Inovar é necessário e pode até mesmo nos motivar. O comodismo traz conforto, mas pode desencadear uma crise futura. A crise nos diz que algo precisa ser mudado. Logo, a crise é uma oportunidade. A crise é uma oportunidade de crescimento pessoal ou corporativo. Crescer é o objetivo comum entre os seres humanos e as situações conflitantes são as melhores e eficazes formas para se conseguir tal objetivo. Normalmente, vê-se a crise apenas como “sujeito” destruidor, tentando regredir emocional ou profissionalmente o ser humano. Contudo, pode-se tirar da crise grandes lições significativas e determinantes para o crescimento pós-crise. Considerando que a crise é uma oportunidade para rever conceitos, descobrir o que não está funcionando, avaliar decisões, reconhecer a fragilidade humana e a dependência divina, a crise torna-se uma grande oportunidade para o crescimento pessoal e corporativo que não deve ser desprezada. Logo, a crise é uma oportunidade.
A crise é uma oportunidade para depender mais de Deus. O maior benefício que a crise pode oferecer é a oportunidade para depender mais de Deus. O ser humano foi criado por e para 3
Deus, e a vida humana não tem sentido longe do Criador. Diante dos avanços científicos em que a inteligência humana se torna evidente, o ser humano é tentado a afastar-se de Deus confiando na força e capacidade humanas. Deus já não faz parte da vida de muitas pessoas e em crise, elas terão que rogar por Deus e reconhecerão que sem Ele não podem viver. Logo, a crise é uma grande oportunidade. Enfim, a crise pode deixar de ser uma tragédia quando vista numa perspectiva diferente. Deve-se olhar para a crise como uma oportunidade de aprendizado para a vida, vê-la como uma aliada e não como uma inimiga, pois mais trágico do que passar por uma crise é sair dela sem aprender nada, isto sim é tragédia.

Fonte: http://www.sprbc.com/artigos/Crise.pdf

domingo, 26 de julho de 2009

Momentos de Crise

MOMENTOS DE CRISE por EDÁZIMA AIDAR –Psicanalista

Muitas vezes ocorre que uma pessoa pode sentir um mal estar interno, algo que não sabe definir, já que está no inconsciente ou mesmo sendo consciente, tem dificuldade em aceitar. Momentos nos quais ela não se sente bem. Momentos em que, infelizmente, ela não se detém, porque pensar, avaliar, faz sofrer, dói e de dor ninguém gosta. O normal, portanto, é descalçar o sapato que aperta", "afastar o dedo da chama", "livrar a alma da dor". É comum a pessoa usar o mecanismo de negação toda vez que ela se depara com uma situação difícil, delicada, dolorosa, com um momento de crise. Uma das maneiras de se fugir da dor é procurar situações alegres e incompatíveis com a tristeza, a solidão e o remoer da mágoa. Ou então a vontade que impera é não pensar em nada, não ver ninguém e até evitar um confronto pessoal. De qualquer forma, cada pessoa é uma pessoa e cada um tem sua maneira preferida de fugir. Há os que se trancam em casa; os que saem todos os dias; os que se afundam no trabalho; os que preferem falar sem parar e os que só se encontram no silêncio. Por mais variados que sejam os mecanismos de fuga ou defesa, os objetivos são os mesmos evitar "Sentir", pensar, avaliar, enfim, evitar o mal-estar.

Porém, esses artifícios são inúteis, pois a pessoa não consegue se enganar por muito tempo. Por mais que ela se esconda atrás de disfarces, esses não anulam seu sofrimento. Este é apenas empurrado para baixo, para o fundo dela mesmo, onde há a ilusão de vê-lo desaparecer. Porém aquilo que não foi elaborado não desaparece, por mais bem escondido que esteja. Ninguém segue em frente com uma "ferida mal curada". Empurrado para as zonas mais sombrias da mente, proibido de atuar abertamente, o sofrimento continua agindo com possibilidade de acúmulo de tensões, explosões, angústias e até aparecimento de sintomas físicos. Manter o sofrimento num canto quieto, como um "domador que domina a fera com uma cadeira na mão", não é a melhor solução.

Em momentos de crises esse procedimento pode anestesiar a dor, mas impede a compreensão dela. Para compreendê-la se faz necessário um confronto que possibilita descobertas do inconsciente. Estas permitem à pessoa integrar seus aspectos contraditórios; se confrontar com seus desejos; olhar de frente para seus medos. Os momentos de angústia podem ser preciosos, na medida em que torne possível reavaliar a própria identidade, enxergar os próprios medos, acreditar no que se sente, se abrir para si mesmo e para o outro. Enfrentar a crise caminhando para o encontro consigo mesmo é uma maneira de promover o crescimento pessoal. Quando a pessoa faz da "dor" um momento de pausa e reflexão, pode criar uma estrutura mais forte para enfrentar a vida, sem que pareça estranha para si mesma nos seus momentos de crise.

domingo, 12 de julho de 2009

A Tomada de Atitude Exige Apenas Coragem? Não!

Tomada de Atitude Exige Apenas Coragem? Não!

Se a Tomada de Atitude exigisse apenas coragem, os medrosos jamais tomariam atitude. E isto não é verdade.

Então o que é preciso para Tomar Atitude?

O primeiro passo é você se perguntar?

-Eu estou feliz com a vida que estou levando?

A partir desta pergunta, dependendo é claro da resposta, você começa a se colocar no caminho da transformação.

Nós somos tão felizes quão felizes são os nossos relacionamentos e eu sou a única pessoa responsável pela minha felicidade.

Quando você não Toma Atitude, certamente os outros vão tomar por você. E aí, você fica refém do comportamento do outro.

Veja então, que muito mais do que coragem, o que nós precisamos na verdade é observar as nossas atitudes. Quando assim o fazemos, começamos a descobrir novos caminhos que, invariavelmente, nos darão a liberdade de escolha.

Tem uma frase de uma pensador austríaco que diz assim” A última das liberdades humanas está em poder escolher suas atitudes em qualquer circunstância”.

É preciso que olhemos para nós mesmos, uma vez que as nossas atitudes para com as outras pessoas é que vão determinar a atitude delas para conosco.

Quando você confie no que foi estudado no Amor-Exigente, no que foi aprendido, em você mesmo e em Deus, pode ter certeza de que você vai Tomar as Atitudes que precisa tomar para mudar a sua vida.

Tenha sempre em mente: quando você muda, as coisas mudam. Quando apenas os outros mudam, você apenas sofre as conseqüências.

Seja você o agente da sua felicidade. Não delegue a ninguém a decisão do que você vai fazer no presente e no que você vai ser no futuro.

São Francisco de Assis dizia a seguinte frase: “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível”.

É importante que você saiba que as grandes transformações ocorrem de forma microscópica.

Mais do que coragem, Tomada de Atitude exige planejamento.

Agora, se você ficar pensando como o outro vai reagir com a sua Tomada de Atitude, talvez você não tome nenhuma atitude. E quando você não toma uma atitude, na verdade você já tomou uma atitude: a atitude de fazer nada para melhorar o que você está vivenciando.

Então, onde entra a coragem?

Ela entra quando olhamos para o modo como estamos vivendo e nos damos conta que não queremos mais repetir os antigos comportamentos, tomo a decisão de ser o agente da minha vida sem viver em função de qualquer outra pessoa.

E uma coisa eu não tenho dúvida: a espiritualidade é uma aliada importante para quem quer tomar atitude.

Foi um prazer poder compartilhar este texto com todos os amigos do Amor-Exigente.

Sérgio Carlos de Oliveira