domingo, 13 de fevereiro de 2011

A paternidade não nos traz poderes especiais!


A paternidade não nos traz poderes especiais!

O caminho para a felicidade começa quando eu tenho a coragem  
de ser gente e não um super alguma coisa!

        Escrever sobre o principio “Pais Também São Gente” ou até mesmo falar sobre ele nas reuniões de grupo é sempre uma tarefa maravilhosa e ao mesmo tempo desafiadora.
        No dia em que falei sobre este principio na primeira semana do mês, fiz questão de levar um certificado que dizia assim: Outorga de Direitos Especiais e de Infalibilidade. A partir deste momento em que te tornastes Pai/Mãe, lhe é outorgado poderes especiais e de infalibilidade. Através destes poderes você poderá dar um jeitinho em tudo que seu filho exigir e você não terá mais limites emocionais, físicos ou financeiros. Você agora passa a ser um super-pai ou uma supermãe e deixa de ser apenas “gente”. Neste momento você perde todos os direitos que teria um simples pai ou mãe e passa a ter apenas obrigações. E mesmo que isto possa trazer-lhe frustrações e baixa auto-estima, você continuara firme porque estas coisas de sentimentos são para aqueles que se consideram gente. E você não é gente. Faça bom proveito destes poderes.
        Para aqueles que estavam vindo pela primeira vez ao grupo, depois da conversa no grupo de acolhimento, foi justamente assim que elas estavam se sentido e bem que poderiam receber o certificado.
        Talvez seja a expectativa que temos em ser bons pais é que nos leva a fazer e assumir comportamentos que jamais pensaríamos em cobra de alguém.
        No entanto vamos tentar extrapolar os nossos recursos emocionais, financeiros e emocionais com a falsa impressão que assim seremos bons pais, que não erram e que sempre darão um jeitinho para atendes as necessidades dos nossos filhos.
        Querendo ser pais legais, por vezes, passamos para a condição de ilegais quando assumimos a culpa por algo que o nosso filho fez.
        Temos que ter em mente que vamos errar, que vamos ter medo, vamos nos sentir esgotados e que isto não nos torna incapazes de educar os nossos filhos.
        Se eu deixar a condição humana, ser gente, para ser um super-pai ou uma supermãe, os nossos filhos nos verão como um banco ou aquele que tudo provê.
        Começamos a perceber que os nossos sentimentos e as coisas que nos dão prazer e alegria, vão ficando em segundo plano porque os nossos filhos passam a ser o primeiro plano.
        Este comportamento nos leva a um desgaste emocional e uma perda direta da auto-estima.
        Na conversa com os pais a impressão que nos passam é a de que temos só obrigações e os nossos filhos somente direitos. Que coisa mais doida.
        Por isso que o segundo principio do Amor-Exigente, Pais Também São Gente, é um principio humanizador. Nos traz à realidade do que verdadeiramente somos: gente.
        Também falei no grupo sobre uma música que gosto muito dos Engenheiros do Havaii que diz assim: “Somos quem podemos ser sonhos que podemos ter.................”; A realidade humanizadora nos leva a perceber que precisamos ser quem podemos ser sem máscaras, sem falsidade e sem vergonha dos sentimentos para que possamos ter direito a sonhar com as coisas que temos a certeza de que nos trazem alegria e prazer.
        Seja verdadeiro com você mesmo para que os outros assim também sejam com você.
        Você merece um presente que é a oportunidade de experimentar o sorriso daqueles que um dia sonharam um vida de plenitude e reconhecer que, como filho de Deus, veio para este mundo para ser feliz.
        E para encerrar gostaria de deixar uma frase de autoria de Eduardo Galeano: "Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos"
        Um grande e fraterno abraço.

Sérgio Carlos de Oliveira - Serginho
Coordenador Regional do Amor-Exigente em Santa Catarina